22/07/2018

FÓRUM NÁUTICO PAULISTA - MAPEAMENTO NÁUTICO

Capa do Mapeamento - Fórum Náutico Paulista



Acesse o Mapeamento completo copiando do link abaixo e colando-o no seu navegador:

https://drive.google.com/file/d/1_HA5rf3QPxdta3wUCKeQKbTi0XKKdw9l/view?usp=sharing
fonte: Fórum Náutico Paulista

Considerações sobre o Mapeamento do Fórum Náutico Paulista:

O mapeamento trazido pelo FNP reafirma o que todos os atores do setor náutico já sabiam há muito tempo. Entretanto, esse documento é de suma importância, na medida em que é um instrumento oficial e balizador à iniciativa privada, ao Governo do Estado e às prefeituras com interesse no setor.

Essa importante pesquisa também não surpreende os proprietários de embarcações de esporte e recreio no que se refere ao custo de uso e manutenção de suas embarcações, mas, deve no mínimo, provocar a seguinte questão:

Excesso de burocracia

Informações insuficientes

Garagens elitizadas

Insegurança

Formação náutica pública inexistente e formação particular de alto custo

Tributos extorsivos

Falta de incentivos fiscais à indústria e ao comércio náuticos

Falta de secretarias náuticas municipais

Serviços públicos náuticos ineficientes ou inexistentes

Falta de marinas públicas

Falta de segurança marítima nas águas jurisdicionais públicas

Ignorância e mediocridade por parte das prefeituras municipais

Legislação ambiental divorciada do turismo náutico

Falta de formação náutica pública

Etc. etc. etc. 



Bons ventos a todos.

LUIZ BRITES
instrução náutica


FÓRUM NÁUTICO PAULISTA

Foto/Divulgação: Reunião Fórum Náutico Paulista - FNP.

Nesta publicação vamos tratar do Fórum Náutico Paulista (FNP), uma entidade governamental criada dentro da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo.

O FNP foi instituído pelo Governador do Estado de São Paulo, por meio do Decreto nº 62.228, de 24/10/2016.

O FNP é ligado institucionalmente à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação e tem por objetivo apoiar, coordenar e fomentar as ações voltadas ao desenvolvimento da infraestrutura, indústria e turismo do setor náutico no Estado.

O FNP tem caráter consultivo e participativo dos representantes governamentais (estado e municípios de SP) e da sociedade civil organizada, principalmente, ligada ao setor náutico paulista. Portanto, suas deliberações são meramente sugestivas ao Governo, isto é, suas decisões não têm força de lei, no entanto, podem servir de base para leis, decretos, resoluções e atos administrativos que podem influenciar e refletir em todo Estado ou, em determinadas regiões e/ou setores da náutica.

O FNP tem as seguintes atribuições legais definidas no Decreto citado:

"Art. 2º O Fórum Náutico Paulista tem, entre outras pertinentes à sua destinação, as seguintes atribuições, de caráter consultivo:I - promover a participação de instituições públicas e privadas e demais agentes envolvidos no setor náutico do Estado, colaborando para a integração de suas políticas e ações;II - solicitar a cooperação e o assessoramento dos órgãos da Administração Direta e Indireta, nas esferas federal, estadual e municipal;III - contribuir com os diversos segmentos do setor náutico relacionados aos esportes, turismo, indústria e comércio, no acompanhamento e articulação das ações voltadas para a implementação das atividades do setor;IV - contribuir de forma participativa em programas, projetos e eventos do setor náutico;V - elaborar e coordenar a divulgação das potencialidades do setor náutico no Estado;VI - colaborar para o aprimoramento de políticas públicas para o setor náutico paulista;VII - realizar reuniões periódicas para discussão de temas de interesse comum, identificando prioridades, planejando e desenvolvendo ações conjuntas destinadas a implementar seus objetivos."

O FNP é formado por membros da:
  • Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (presidente nato);
  • Secretaria de Energia e Mineração;
  • Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude;
  • Secretaria de Logística e Transportes;
  • Secretaria de Meio Ambiente;
  • Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos;
  • Secretaria de Turismo;
  • sociedade civil. 
Os membros do Fórum Náutico Paulista, obviamente não possuem remuneração (todos são funcionários do Governo, ainda que por nomeação) e todos são designados pelo Governador do Estado, para um mandato de 2(dois) anos.

O FNP possui algumas câmaras temáticas compostas de até 9 (nove) membros, além de comissões que reúnem representantes dos diferentes setores de comunidades locais. Os resultados dos estudos desenvolvidos e as propostas elaboradas pelas Comissões e pelas Câmaras Temáticas serão apresentados ao Fórum Náutico Paulista, que deliberará sobre sua execução, contudo, sem força de lei. 

As normas de funcionamento do FNP e de seus sub-órgãos (Comissões e Câmaras Temáticas) estão definidas em regimento próprio.

fonte: ALESP - clique aqui p/ acessar o Decreto nº 62.228/16

Parabéns aos participantes do FNP e que de fato consigam alavancar a náutica paulista.

Bons ventos a todos.

LUIZ BRITES
instrução e consultoria náutica

30/06/2018

RÁDIO MARINHA FM

Logo Oficial Rádio Marinha FM


A Rádio Marinha, inaugurada em 22 de fevereiro de 2011, está presente por radiodifusão em Frequência Modulada nas cidades:
São Pedro da Aldeia – RJ (99,1 MHz)
Corumbá – MS (105,9 MHz)
Natal – RN (100,1 MHz)
Manaus – AM (99,9 MHz) e 
Rio Grande  RS (102,7 MHz); 
Internet
Intranet. 


Possui caráter educativo e tem como principais propósitos: 

1) Ampliar a divulgação das atividades do Ministério da Defesa, da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira, evidenciando, junto aos seus Públicos Interno e Externo, a importância dessas Instituições; 2) Difundir, junto à sociedade brasileira, o sentimento de patriotismo, a mentalidade em assuntos de defesa e o conceito de soberania em nossas Águas Jurisdicionais, chamadas de “Amazônia Azul” e
3) Conquistar voluntários para a carreira naval.


10/03/2018

Sugestão de Plano de Carreira para Marinheiro Profissional de Esporte e Recreio (MPER)

Foto/Divulgação: Comandante - Site Pegass

A bordo de toda embarcação em operação, sempre haverá um Comandante.

Na visão da Autoridade Naval brasileira, o Comandante de uma embarcação de recreio, também é chamado de Mestre, Arrais ou Patrão, que é o tripulante responsável pela operação e manutenção da embarcação, visando a segurança dos tripulantes subordinados, dos passageiros e a proteção da carga estivada a bordo.

Para se chegar ao nível de Comandante, por menor que seja a embarcação ou, por mais tranquilo que se possa parecer a área navegada, este tripulante habilitado, deve ser um marinheiro safo. 

No Brasil, todos sabem, não há, até então, legislação profissional voltada aos Marinheiros de Esporte e Recreio, embora, também sabemos, que tramita no Congresso Nacional, o PL 5812/13 em conjunto com o PL 6106/13, cujo objetivo é oficializar a profissão do Marinheiro Profissional de Esporte e Recreio (MPER).

Por isso, não há neste meio náutico laborativo, legislação trabalhista e tampouco plano de carreira, benefícios, regras de aposentadoria especial, enfim, estão completamente à deriva, apesar do surgimento de algumas associações e entidades representativas.

Isto é péssimo porque deixa a categoria fragmentada, desorganizada e sem qualquer expectativa de melhores salários. No português claro, hoje, é "salve-se quem puder".

Para os donos de barcos isto também é ruim, na medida em que não têm à disposição, muitos profissionais realmente qualificados.

E, enquanto este caos perdurar, o seguimento náutico de recreio, continuará claudicante, capenga, meia-boca, se compararmos o mesmo nicho na Europa e nos EUA, onde esses profissionais podem tripular embarcações de até 200 toneladas e, consequentemente, ganharem salários mais atrativos.

Claro que esta problemática passa pelo campo tributário, onde o Governo brasileiro não está nem aí para a náutica verde e amarela. Esta omissão, reflete no tamanho das embarcações que raramente ultrapassam a marca de 100 pés, e isto significa menos emprego para marinheiros.

Voltando ao assunto Comandante, passo a desenhar o que vou chamar de sugestão de plano de carreira para o MPER do Brasil que se compõe de cinco grausClaro que é uma opinião particular e que, portanto, necessita ser debatida, mas é a minha opinião.

O candidato a Comandante de embarcação de recreio, além de uma vasta experiência no mar e ter que conhecer intimamente a sua embarcação, deve obrigatoriamente dominar:

1. a área que irá empreender a navegação;
2. as máquinas e motores da embarcação;
3. todos instrumentos de navegação;
4. todo sistema de comunicação de bordo disponíveis e o Código Internacional de Sinais;
5. todos equipamentos de segurança e salvatagem;
6. a legislação náutica nacional e estrangeira, quando estiver navegando em águas internacionais;
7. as técnicas básicos de primeiros socorros;
8. as técnicas de sobrevivência no meio marinho, em caso de naufrágio;
9. a legislação ambiental;
10. a meteorologia;
11. navegação tradicional e eletrônica;
12. sinalização náutica e, 
13. a sua tripulação, seus passageiros e respectivos limites.

Portanto, assumir a responsabilidade de uma embarcação, não significa estar preparado pra ser o Comandante.

A carreira de Comandante de embarcação de esporte e recreio é bom que se comece desde jovem, por exemplo, aos 16 anos de idade, sendo o 1º grau de Marinheiro -Aprendiz (Mn-Ap).

O Mn-Ap deve ser empregado em todas as funções de bordo, exceto aquelas consideradas proibidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Após dois anos de aprendizado e se já tiver alcançado a maioridade, à critério do seu Comandante, poderá ascender ser promovido ao 2º grau, ou seja o de Marinheiro-Junior (Mn-Jr).

No grau de Mn-Jr, o marujo deve estar apto para assumir responsabilidades maiores, inclusive, devendo possuir Carteira de Habilitação de Amador (CHA) de Arrais e/ou Motonauta, para, por exemplo, realizar o transporte do pessoal de bordo e iniciar os primeiros ensaios na função de timoneiro, obviamente, quando estiver realizando navegação em mar aberto, conforme determina o RIPEAM (Regulamento Internacional para Evitar Abalroamento no Mar). 

Além disso, o Mn-Jr já deve dominar as noções básicas de mecânica de motores (gasolina e diesel), e realizar as manutenções periódicas, ou seja, inspeções visuais das máquinas e motores de bordo.

Na região do convés, o Mn-Jr, deve dominar a arte marinheira, executando os principais nós, a fim de auxiliar nas manobras de atracação e desatracação da embarcação. 

A promoção do Mn-Jr, dependendo do nível de comprometimento e, à critério do seu Comandante, virá após cinco anos de mar, quando passará para o 3º grau, ou seja, à Marinheiro-Pleno (Mn-Pl).

O Mn-Pl deve estar pronto à navegar e, portanto, deve possuir a CHA de Mestre, cuja categoria, permite ao marujo, conduzir embarcação de um ponto a outro da superfície da terra, realizando navegação em mar aberto, no limite de até 20 milhas da Costa. Dependendo do tamanho da nau e do número de tripulantes, o Mn-Pl já poderá ser o Comandante ou, o Imediato. O Mn-Pl é a fase da carreira em que será mais testado, portanto, o tempo de permanência neste grau costuma ser maior, em média, dez anos. Caso o Mn-Pl, conquiste a CHA de Capitão, à critério do seu Comandante, poderá ascender ao 4º grau, ou seja, tornar-se Marinheiro-Sênior (Mn-Sr).

Mn-Sr, dependendo do tamanho e da tonelagem da embarcação, poderá ser o Comandante ou o Imediato e neste grau recomenda-se que atue por até dois anos, em média, que funcionará como a transição para o 5º grau, ou seja, Marinheiro-Master (Mn-Ms). Presume-se que tenha condição de assumir definitivamente o comando de uma embarcação, isto é, ser o Comandante absoluto. Afinal, até aqui, somaram-se 19 anos de experiência e, como dizem os mais antigos, já tem "muito sal na veia"! 

Mas repito, as definições acima (Marinheiro-Aprendiz, Marinheiro-Junior, Marinheiro-Pleno, Marinheiro-Sênior e Marinheiro-Master), não existem em nenhuma legislação e tampouco são de costume suas utilizações no meio náutico de recreio. São termos que peguei emprestado de outras carreiras para sugerir a quem queira, um plano de carreira para o Marinheiro Profissional de Esporte e Recreio (MPER).

Pode até ser que nada disso seja utilizado, mas, é certo que a partir da oficialização da profissão, haverá a necessidade de estabelecer: o piso mínimo (salário base) e por via reflexa, um plano de carreira.

Espera-se assim, que a nossa náutica de recreio seja do tamanho da Costa Brasileira.

Até a próxima e bons ventos!


LUIZ BRITES 

instrução náutica